domingo, 9 de agosto de 2020

“Canto D’aqui” - a “excelênciofonia” da música tradicional portuguesa

Braga, 08 de Agosto, 21.30 horas. Noite agradável no Parque da Ponte, um espaço muito propício [a poucos metros do arco granítico que, durante décadas, ostentou uma placa de mármore evocativa de um concerto do cantor Francisco José, ali realizado em data que não retenho; a dita placa levou sumiço aquando da requalificação do parque, em anos relativamente recentes]. Assistência não excessivamente numerosa e muito bem distribuída no anfiteatro, por recomendação atenta a quem entrava no recinto, devidamente delimitado. O concerto, promovido pelo município, foi gratuito e teve início à hora marcada.
Seguiu-se a música, muito acompanhada pelo público, bom conhecedor da obra dos “Canto D’aqui”. Temas do Cávado, “Cante Alentejano”, músicas e cantares dos Açores, temas especificamente “bracarenses”, poesia de Manuel Alegre (“O meu amor mariñeiro"), em canção composta pelo grupo  galego "Fuxan os Ventos", canções “Morte que mataste (a) Lira”, de Adriano Correia de Oliveira (com solos assombrosos na voz do “viola-baixo”, Luís Veloso) e “Por este rio acima”, de Fausto, foram intercalados por várias peças musicais desse génio canoro da música portuguesa que é “Zeca Afonso” (“As sete mulheres do Minho”, “Maria Faia”, “Canto moço”, “Venham mais cinco”). José Afonso tem sido homenageado anualmente pelos “Canto D’aqui” desde 2007, em espectáculos musicais com a qualidade merecida, intitulados “Tributo a José Afonso”, este ano interrompidos pelas razões sabidas.
Os “Canto D’aqui” voltaram à estrada, protagonizando mais um belo espectáculo, sem pontos frouxos ou de menor qualidade e envolvência, depois dum interregno de meses, que todos estamos ávidos de ultrapassar.
Em boa hora.

José Batista d’Ascenção

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