terça-feira, 17 de junho de 2025

A falta que as árvores fazem

Morre-se de calor, e ainda o S. João não chegou. As cidades, desenhadas para a mobilidade automóvel, asfaltadas, empedradas, cimentadas, sem espaço para arvoredo [de que muitas pessoas (supõem que) não gostam, porque lhes faz impressão a queda das folhas no Outono e são alérgicas a pólenes, na Primavera], com edificado compacto, de paredes, superfícies vidradas e telhados à testa do sol, tornam-se infernos escaldantes à hora do meio-dia, ao longo das tardes e pela noite dentro, quando a radiação emana do chão e das estruturas, de volta à atmosfera: e então esturricamos, quais “nacos na pedra”, e “estufamos”, de dia e de noite, ansiando pelo fresco, que só se consegue com o ar condicionado, que faz aumentar o gasto de energia e, coisa curiosa!, contribui para o aquecimento ambiental (o calor é retirado de compartimentos fechados e empurrado para o exterior, mas à custa da energia gasta no processo, que se converte em… mais calor!).

E assim vamos vivendo, colocando-nos cada vez mais no “assador”.

Ora, parte do remédio está em mais árvores, nas florestas, nos jardins e nos arruamentos, mais perto de nós. Ou connosco mais perto das árvores.

E não apenas pela regulação da temperatura.

José Batista d’Ascenção

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