Ao início da tarde, no caminho para a escola, passei pela padaria «Primorosa» (no Largo da Senhora-a-Branca, em Braga), para adquirir uns gramas de fermento (comercial) de padeiro, que é uma pasta que contém um fungo unicelular que usamos para levedar a massa do pão – a levedura Saccharomyces cerevisiae (a mesma que fermenta o mosto de uvas, transformando-o em vinho, e os açúcares do mosto proveniente do malte para produzir cerveja).
Entrei na loja, que estava completamente vazia, àquela hora, e esperei uns segundos até um senhor, já com a sua idade, regressar de salas contíguas. Fiz o pedido, dizendo que era para usar na escola [em experiências de fermentação, precisamente, com o fim de observar a libertação de CO2 e a formação de álcool etílico].
O senhor pesou-me uma quantidade, embrulhou a pasta em papel e colocou-a num saquinho. Entretanto, eu puxara do porta-moedas e perguntei quanto era. O meu servidor disse que não era nada, abrindo-se num sorriso doce e amigo, antes ainda de eu poder dizer-lhe obrigado.
Obrigado, que disse e repeti. Sorri também, agradecido, e saí, deveras bem-disposto.
Braga tem (ainda) muitas pessoas assim: servem bem o que servem e servem-nos a bondade que têm. Isto direi amanhã, nas aulas, aos meus alunos.
Para que também eles se sintam obrigados àquele amigo.
José Batista d’Ascenção
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